Peagade

Angeli é um monstro!

Dentre os chargistas brasileiros, Angeli é um dos meus preferidos deste os 10 anos de idade, onde me divertia com seu humor infame e adulto, convivendo no meu entretenimento pacificamente com quadrinhos de Maurício de Sousa e DC Comics.
Percussor do gênero e pai da revista "Chiclete com Banana" (que contava com a colaboração de grandes nomes como Luiz Gê, Glauco, Roberto Paiva, Glauco Mattoso e Laerte Coutinho), lançada no começo de 80, é a menina-dos-olhos nas publicações adultas do Brasil.
Seu humor sem papa nas línguas, a forma rápida, cínica e debochada do comportamento humano faz rir e faz pensar. Critica o comportamento urbano de forma ostensiva, o que faz o leitor sentir identificação ou repulsa.

Acredito que ele alcança o que se propõe: provocar. E são essas mesmas provocações que fazem dele um nome reconhecido e admirado, mesmo com seu traço deliciosamente sujo e agressivo. Já teve suas tiras publicadas em vários países do mundo e trabalhou contribuindo com seus roteiros alternativos em programas da rede Globo.
De seus personagens, minha preferida é a Rê Bordosa, onde, no auge da sua fama, foi responsável também pela sua morte. Em entrevista no jornal de humor feminino Grelo Falante, o chargista Adão Iturrusgari declarou achar que “Angeli tinha ciúme dela por ser mais famosa que o próprio”! De fato, não conheço um bom chargista que não se envolva em suas próprias neuroses...

Abaixo uma charge, que sob um olhar menos crítico, pode parecer provocação, mas Angeli transforma em uma grande sacada sobre a mídia de consumo.

Mais uma......e uma Feliz Páscoa!